domingo, 17 de abril de 2011

Atenção Lakers: Começaram os Playoffs!



O Lakers jogou de forma inconsistente toda a temporada regular da NBA, não há como negar. Mas isso parte do princípio de que alguns jogos são considerados “descartáveis” pelo técnico Phil Jackson. São confrontos contra times como Minnesota, Charlotte, Indiana, no meio de dezembro, às vésperas do natal e com todos os jogadores pensando mais em que marca de peru eles irão comprar do que propriamente em basquete.
            Dessa forma, o time de Los Angeles, poucas vezes alcança marcas como 65 vitórias durante a temporada, algo totalmente viável para um time dessa capacidade.
            Mas aí, sem dificuldades, Kobe Bryant resolve fazer uns trinta pontos em alguns jogos e pronto! Lakers nos Playoffs.
            Tradicionalmente os melhores jogos dos Playoffs acabam acontecendo no primeiro domingo, onde as equipes mais equilibradas se enfrentam. Nessa época do ano, tão esperada pelos basqueteiros, não tem brincadeira, todo jogo é uma final e deve ser encarado de tal forma. Não foi o que aconteceu hoje. Principalmente pelo nosso amigo Pau Gasol.
            Lakers enfrentou o Hornets no Staples Center com aaaammmplo favoritismo. Era esperada uma vitória tranquila. Não foi assim.



            Quatro fatores foram determinantes para o Lakers perder do New Orleans Hornets. Vamos ao primeiro.
            Pau Gasol. Esse cidadão espanhol foi muito criticado por jogadores da NBA por ser considerado “mole”. Hilária crítica. Nosso mole pivô é muito mais dominante que você, Amar´e Stoudemire, autor da frase. O problema é que para você ser um bom pivô na NBA, você precisa enterrar na cabeça de seu adversário, sair gritando e levar uma falta técnica. Não é à toa que o jogador do Knicks é o segundo na NBA com mais técnicas, atrás só de Dwight Howard.
            Mas no jogo de hoje, eu concordo que Gasol foi no mínimo conivente com o que estava vendo em quadra. Ele marcou apenas oito pontos, acertando DOIS arremessos. Repito, o segundo melhor jogador do Lakers acertou asó duas vezes a bola dentro do aro.
            O segundo fator determinante para a zebra de hoje a noite foi Chris Paul. Mal marcado, pontuou como quis, deu várias assistências, roubou a  bola, fez de tudo. Mas, afinal, um jogador não ganha o jogo sozinho... Aí se encaixa o terceiro fator.
            Não vou ser hipócrita. Aaron Gray se encaixa entre os piores jogadores na NBA hoje. Mas foi decisivo nesse jogo 1. Saiu do banco, fez todos os arremessos que tentou e aí vem uma estatística impressionante: com ele em quadra, o Hornets fez 25 pontos a mais que o Lakers. Tudo isso em 20 minutos. Enfim, o banco do Hornets estraçalhou o do Lakers.
            O quarto fator é mais complexo e vai exigir uma análise tática que muitos não vão entender. Porém se eu ficar explicando tudo, o texto ficará enorme.
            O Lakers utiliza em  seu esquema ofensivo, um grupo de jogadas chamadas de “triangle offense”, nela, o básico do ataque consiste em  a bola passar sempre por um pivô em post position na low post área, assim gerando vários triângulos pela quadra. Como disse, são termos muito complicados que talvez um dia eu explique... A partir daí, o jogador com a bola, normalmente Gasol, procura algum jogador que vai sofrer um “off – ball screen”. Normalmente esse cara é o Fisher, a partir daí Fisher decide o que vai fazer com a bola, passar, arremessar... Esta aí a variação básica do ataque californiano. As outras opções são: o Gasol arremessar logo de uma vez e o Kobe receber o passe mesmo marcado para depois criar alguma jogada mágica. Essa segunda opção é a de menor aproveitamento, porém não é ruim. Nela, não é necessariamente o Kobe que arremessa, ele pode passar a bola logo em seguida que recebe.
            Porém, tem vezes que Bryant leva o jogo desde o campo de defesa e, quando chega ao ataque, logo sofre um “on - ball screen”, lá perto da linha de três que ele acredita que o deixa livre. Normalmente quando esse início de ataque acontece, aparecem os arremessos forçados de Kobe Bryant e isso se repetiu algumas vezes durante o confronto. Mesmo assim Kobe não teve um aproveitamento ruim, isso só se explica pelo fato de Kobe ter tido uma noite típica de Kobe.
            Mas o maior problema do Lakers foi quando a jogada começou de forma aleatória, sem nenhuma organização, o que gerou turn-overs.
            Mas ainda não chegamos ao ponto chave que decidiu o jogo hoje. Isso se deu do outro lado da quadra, na defesa.
            Eu esperava que Kobe Bryant fosse marcar Paul, dessa forma Fisher ficaria em Bellinelli que só sabe arremessar de três, literalmente só isso. Dessa forma, Fisher não teria que se matar pra alcançar Paul e poderia se fixar melhor na quadra, defendendo o perímetro. Mas não foi assim que Jackson montou o time. Fisher ficou em Paul e assim foi humilhado pela velocidade de seu “matchup”. Se Bryant tivesse marcado o armador principal do Hornets, o resultado poderia ter sido outro... Da – lhe teimosia Phil...
            Mas o mais estranho dessa falha defensiva por parte do Lakers foi que, em 2010, nas finais, quem marcou Rondo, características velozes, assim como Paul, foi o Kobe e não o Fisher, qual foi o resultado? Título pro Lakers.
            Todos esses complexos fatores foram fundamentais na partida de hoje e eu, pessoalmente, duvido que eles venham a se repetir de forma tão bisonha. Falta ao Lakers encarnar esse espírito de Playoffs e jogar pra ganhar, com vontade.


           


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