Como já disse, eu me criei no bairro do Ipiranga e era torcedor do CA Ypiranga, um clube pequeno mas que sempre tinha bons times. E como era possível?
O infantil que era sempre campeão. O técnico dos infantis era o genial Paeta e dos juvenis, o açougueiro do bairro, Sr. Gilberto, hoje nome de rua.
Eu e alguns amigos íamos ao Pacaembu.
E quando torcíamos pelo Ypiranga contra o São Paulo por exemplo, as pessoas em volta começavam a olhar feio para nós, porque achavam que a gente era corintiano.
Aí nós explicávamos, mostrávamos a carteirinha de sócio e as pessoas achavam tão interessante que nos deixavam torcer em paz. Bons tempos aqueles!
E num sábado nos assistimos o Ypiranga quebrar a série invicta de 32 jogos do São Paulo. Chegou a ficar 3 x 1, o São Paulo marcou o 2º e depois bombardeou mas nosso goleiro Osvaldo, que era apenas regular, naquele dia pegou tudo – “o goleiro das mãos mágicas” foi o que disseram os jornais no dia seguinte.
Inesquecível!
Jayme Murahovschi
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