terça-feira, 21 de junho de 2011

A imprensa e o futebol carioca


        Já não é de hoje que palmeirenses reclamam sobre a parcialidade da imprensa. Mas ontem foi demais. E não digo isso como palmeirense, mas sim como paulista e admirador do futebol.
        Falam muito sobre a má qualidade do Campeonato Paulista. Mas o que dizer sobre o Carioca? É possível comparar um time como o Americana com um time como o Friburguense? É por isso que no início de todos os Nacionais, os jornalistas, totalmente parciais, saem falando um monte.
        Onde está o “Bonde do Mengão Sem Freio”? Ou o Time de Guerreiros, o melhor do Brasil? Ao jogar o Campeonato Carioca, esses times dão a falsa impressão de terem um enorme potencial, e, quando são testados contra times realmente bons, provam que não têm. É aí que a imprensa carioca, que enche as mais conhecidas páginas esportivas brasileiras com elogios, precisa achar um culpado.
        E ontem esse culpado foi o Palmeiras. O Verdão deu um show de bola no fraquíssimo time do Avaí e vem mostrando um enorme potencial para brigar pelas posições lá na frente. Ao final do jogo, Kléber comentou sobre o interesse do Flamengo em sua contratação. Quem me conhece sabe: sou o maior fã do Gladiador. Mas ontem, ele errou, foi muito mal ao dizer isso. O que ele fez foi dar uma brecha para esses jornalistas acharem um problema na goleada do Palmeiras.
        Em sua entrevista, Felipão (que só para lembrar aos invejosos, é o melhor técnico do Brasil) foi bombardeado por perguntas sobre o camisa 30 e deu uma resposta sensacional, uma resposta digna de um gênio:
"Não é um, dois, 50 milhões... Ele é o melhor atacante do Brasil. O Kleber não sai do Palmeiras. (O Flamengo) Não tem nem dinheiro para contratar... Vai contratar o melhor atacante do Brasil como? Então vendam a Gávea e venham comprar. Para 15 milhões de torcedores, ele vale muito mais do que isso"
"Se fizerem a conta, ninguém aqui é burro, mas pode ser que aparente. Se nós pagamos três a quatro milhões (de euros), por que vamos vender por três? Só eles vão pensar isso. Não passa pela nossa cabeça, nem da direção, nos desfazer do Kleber. Ele é um símbolo do Palmeiras"
        A resposta de Felipão foi sensacional, como já disse. Em apenas algumas frases ele conseguiu mostrar o que o torcedor do Palmeiras sente por Kléber. E, em momento nenhum, desmereceu o Flamengo.
        Mas isso era tudo que esses jornalistas (?) precisavam. O que se seguiu foi uma série de notícias e comentários com as manchetes: “Felipão ironiza Fla” ; “Felipão desmerece: que vendam a Gávea para comprar Kléber”.
        Até aí tudo bem. Mas aí, vem esse jornalista, se é que podemos chamá-lo assim, e me escreve o seguinte artigo.
        Rica Perrone diz que o Palmeiras tem uma teoria genial, mas a dele, com certeza, se superou. “E aí, quando eles se encontram com o fato de que a mídia vai elogiá-los, eles preferem jogar contra do que perder a razão”. Com certeza os palmeirenses fazem isso, afinal, ser elogiado é realmente muito ruim.
Felipão não usou o termo “saúde financeira” para ironizar ninguém. E qual o problema se usasse? O Palmeiras pode ter um grande problema econômico, mas no Brasil, como todos sabemos, o maior rombo financeiro é o do Flamengo. “Esse é o raçudo que joga por amor”. Kléber é esse cara. Ele alimenta a paixão de mais de 15 milhões de torcedores, e não é você, caro Rica Perrone, que vai mudar isso. Não é ele que vai tirar o valor do melhor técnico do mundo, nem do melhor atacante do Brasil na atualidade.
        Esse texto não é um pedido para que a mídia carioca deixe de ser parcial, até porque nosso blog se baseia na parcialidade. Mas pelo menos tentem deixar transparecer menos, ou elogiem quando um time merecer. Que três coisas fiquem bem claras ao final desse texto: Kléber, você é um ídolo de uma nação e nada vai mudar isso; Felipão é gênio; esse time do Palmeiras ainda vai calar a boca de muita, mas muita gente.

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