Ano após ano... O
torcedor do Palmeiras não agüenta mais. Como diz a música da torcida
palmeirense “Mas nós queremos que venham jogadores, que honrem a camisa, que
lutem sem parar (...) passam-se os anos, passam-se os jogadores”. Mas isso não
acontece faz tempo... E quanto tempo!
A caça as bruxas
no Palmeiras já começou, e no jogo contra o América-MG isso ficou claríssimo.
Uns xingam Felipão; alguns, o elenco; outros, ainda, xingam todo mundo,
diretoria, time, técnico, imprensa... E afinal, quem está certo? Qual é,
realmente, a raiz do problema alviverde?
O técnico, com
certeza não é. Luxemburgo, Muricy e Felipão, nada menos do que os TRÊS melhores técnicos do Brasil já passaram
pelo Verdão. E nenhum deu jeito. Quem xinga Luiz Felipe, hoje em dia, é o mesmo
que xingou Muricy no passado e hoje vê o treinador ganhar Libertadores pelo
rival. E mais: se vocês querem que Scolari saia? Quem vocês querem no seu
lugar? Jair Picerni? Estevam Soares? Se não fosse Felipão, o Palmeiras, com
esse time, estaria brigando contra o rebaixamento.
E quanto ao
elenco? Como diz o próprio Felipão, não há como cobrar mais DESTE time. O time
é horroroso, e todos nós sabemos disso. Um time que conta com jogadores como
Rivaldo, LUAN e Gerley não deveria nem estar brigando (?) por Libertadores. O
time briga, luta. Não adianta pedirmos por raça, pois isso o time alviverde dá.
Podemos, sim, pedir por qualidade, o que mais falta para o Verdão. Porém, com
esses jogadores, não podemos exigir isso dos jogadores e muito menos de
Scolari, mas sim da diretoria, de Tirone e Frizzo.
Da diretoria, sim,
podemos cobrar. E não só dessa gestão. A política inteira do Verdão, na última
década, esteve errada. Enquanto todos os times melhoravam sua gestão, a do
Palmeiras só regredia. Cargos vitalícios até hoje são distribuídos. Brigas
políticas surgem a cada segundo. E a única saída (que, diga-se de passagem, já
deveria ter sido adotada há anos) é a profissionalização da gestão política
alviverde. O futebol, no Palmeiras, não pode mais ser comandado por pessoas que
não entendem nada sobre gestão; esse cargo tem de ser profissionalizado, como
já ocorreu no Vasco, entre outros clubes. E, pelo bem do clube e do torcedor,
isso tem que acontecer JÁ.
A imprensa é outro
órgão que já vem nos incomodando há anos. Ontem, durante a entrevista de Luiz
Felipe Scolari, parecia palhaçada. Perguntas como “(no gol que você tomou) A
defesa precisava conversar ou também precisava ficar em silêncio?” (ironizando
a medida tomada por Felipão, que proibiu os jogadores de darem entrevistas
nessa semana, visando uma melhora no ambiente) foram ouvidas. O repórter que
faz uma pergunta dessas deveria, no mínimo, rever a profissão. Como palhaço,
cairia melhor do que como jornalista. Esse foi só um exemplo para quem diz que
a imprensa é imparcial.
Só para constar,
Scolari respondeu de forma genial a essa pergunta: “É isso é uma piada bem
gostosa, HA-HA-HA, vou rir de ti”.
A única conclusão,
e o único caminho que podemos seguir para sair dessa crise sem fim é uma
profissionalização e um choque de gestão. Uma profissionalização, como já foi
citada. E um choque, como foi a Parmalat, nos anos 90, após uma enorme crise,
parecida com essa, causada por um jejum de 15 anos.
O único ponto bom
do jogo de ontem? Com certeza Marcos Assunção, Deola e a torcida. O primeiro
esteve, mais uma vez, com o pé calibrado. O camisa 22 já mostra, claramente,
que é um substituto à altura de São Marcos. E quanto aos torcedores, ou boa
parte deles, parabéns pela festa, e pelo ótimo público que apoiou esse time medíocre
durante os 90 minutos.
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